O
Brasil, como se sabe, é um país com uma grande diversidade étnica, ou seja,
apresenta uma elevada variedade de raças e etnias. Nesse caso, o termo “raça”
não é compreendido em seu sentido biológico, mas sim em seus aspectos
socioculturais de modo a diferenciar os grupos populacionais por
características físicas externas, geralmente a cor e outros aspectos. Já o
termo “etnia” costuma definir as populações com base também em suas
diferenciações culturais e linguísticas, envolvendo também tradições, religiões
e outros elementos.
Há,
dessa forma, uma incontável variedade de tipos que definem a composição étnica
do Brasil. Por exemplo, só de indígenas, segundo dados do IBGE, existem cerca
de 305 etnias que pronunciam mais de 270 idiomas. Esse número é acrescido às
diferentes ramificações de povos europeus, africanos, asiáticos e tantos outros
que descenderam dos povos que migraram para o país durante o seu período
histórico pós-descobrimento.
De
um modo geral, podemos dizer que a composição étnica brasileira é basicamente
oriunda de três grandes e principais grupos étnicos: os indígenas, os africanos
e os europeus. Os índios formam os agrupamentos descendentes daqueles que aqui
habitavam antes do período do descobrimento efetuado pelos portugueses. Com a
invasão dos europeus, boa parte dos grupos indígenas foi dizimada, de modo que
várias de suas etnias foram erradicadas.
Já
os negros africanos compõem o grupo dos povos que foram trazidos à força da
África e que aqui foram escravizados, sustentando a economia do país durante
vários anos por meio de seu trabalho. Boa parte de nossa cultura, práticas
sociais, religiões, tradições e costumes está associada a valores oriundos
desses povos. Dentre as etnias africanas que vieram para o Brasil, destacam-se
os bantos, os sudaneses e outras populações.
Já
os povos europeus que vieram para o Brasil basicamente se formaram de
populações portuguesas, além de grupos franceses, holandeses, italianos,
espanhóis e outros, que configuraram a matriz étnica predominante no país,
segundo vários estudos.
Há
de se registrar também a miscigenação dessas diferentes composições étnicas que
habitam o Brasil. Por miscigenação entende-se a mistura das
diversas etnias, que deu origem a novas populações que resguardaram traços
físicos e também culturais de ambas as suas matrizes.
A
miscigenação entre brancos e negros originou os povos chamados de mulatos.
Já da mistura entre índios e brancos surgiram os mamelucos ou cabloco,
considerados como os primeiros brasileiros no período após o descobrimento. Já
a miscigenação entre índios e negros deu origem aos cafuzos.
Mas
é claro que essa divisão é apenas uma visão simplista, pois é impossível dizer
que apenas essas etnias formam a população brasileira, conforme o “mito das três
raças” e suas derivações. Na verdade, existem centenas ou talvez
milhares de agrupamentos diferentes ao longo do território brasileiro, de modo
que qualquer classificação sempre restringirá a um certo limite algo que é
muito mais amplo.
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica a população
brasileira com base em cinco tipos diferentes de raças: os brancos, os negros,
os pardos, os amarelos e os indígenas, cuja distribuição podemos observar no
quadro a seguir, elaborado com base em informações obtidas pelo Censo
Demográfico de 2010:
Dificilmente
existe uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população.
No caso do Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas
fontes migratórias, são elas:
- os nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos
portugueses. Esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas
através do Estreito de Bering;
- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos
engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a intensa imigração europeia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da
Ásia e Oriente Médio.
Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte
composição étnica:
Brancos: a grande
maioria da população branca tem origem europeia (ou são descendentes desses).
No período colonial vieram para o Brasil: espanhóis, holandeses, franceses,
além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande parte dos brancos da
população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.
Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que
vieram como escravos para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais
tarde na cultura do café. O Brasil é um dos países que mais utilizou a mão de
obra escrava no mundo. Hoje, os negros se concentram principalmente em áreas
nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões nordeste e
sudeste.
Indígenas: grupo
étnico que habitava o território brasileiro antes da chegada dos portugueses.
Nesse período, os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram
quase disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil
na região Norte e no Centro-Oeste 100 mil.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos,
negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo
representa 24% da população e ocorre com maior predominância no Nordeste e
Sudeste.
Mamelucos/Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas.
No Brasil, respondem por 16% da população nacional. Esse grupo se encontra nas
áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia
é restrita e corresponde a 3% da população. É encontrado com maior frequência
na Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste.
PORTUGUESES
INDÍGENAS
ÁFRICANOS