Transição Demográfica

Entende-se por transição demográfica a oscilação das taxas de crescimento e variações populacionais. Esse conceito foi elaborado no ano de 1929 por Warren Thompson (1887-1973) para contestar matematicamente a Teoria Demográfica Malthusiana, por definir que não há um crescimento acelerado da população, mas sim oscilações periódicas, que alternam crescimentos e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive, estágios de estabilidade.

Para melhor compreender o conceito de transição demográfica, é necessário ter noção de alguns conceitos demográficos, tais como a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

A principal referência histórica para a elaboração dessa teoria foi a Revolução Industrial e a consequente constituição da sociedade moderna de consumo. Em tempos anteriores a esse, as taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente elevadas, demarcando um período de relativa estabilidade demográfica. Porém, com a modernização dos países hoje considerados desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos padrões sociais de desenvolvimento, elevando a expectativa de vida e, consequentemente, declinando as taxas de mortalidade, o que foi responsável por um súbito aumento da população em um curto espaço de tempo.
Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das sociedades industriais, em quatro estágios principais. Para melhor compreendê-los, observe o gráfico abaixo:

A teoria da Transição Demográfica explica uma mudança específica na dinâmica demográfica, que é a queda acentuada das taxas de fecundidade, de natalidade e de mortalidade. Essa teoria foi proposta considerando-se as relações entre o crescimento populacional e desenvolvimento socioeconômico.



Essa oscilação só ocorre uma vez em cada país e acontece alinhada ao processo de desenvolvimento urbano-industrial. Portanto, o desenvolvimento econômico e a modernização das sociedades são os principais fatores responsáveis pelas mudanças nas taxas de natalidade e de mortalidade, refletindo no crescimento populacional.
É importante salientar que da mesma forma que os países se desenvolveram de formas diferentes, a Transição Demográfica também não ocorre da mesma maneira entre as diversas sociedades. Além disso, esse fenômeno acarreta em mudanças importantes nas estruturas populacionais.

FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
A teoria da Transição Demográfica foi criada pelo americano Warren Thompson no fim da década de 1920, com o objetivo de contestar a Teoria Demográfica Malthusiana. De acordo com a teoria de Thompson a população não possui um crescimento acelerado, mas sim um crescimento que possui oscilações periódicas, que alternam em crescimentos e desacelerações demográficas e até mesmo períodos de estabilidade.
A referência histórica base utilizada por Thompson na criação dessa teoria foi o período da Revolução Industrial e por consequência, o estabelecimento da sociedade moderna. Em períodos antecessores a esse, as taxas de mortalidade e natalidade eram constantemente elevadas, o que acarretava em certa estabilidade demográfica.
Entretanto, com a urbanização, ocorreu uma grande melhoria nas condições de vida, resultando a elevação da expectativa de vida e consequentemente, a queda das taxas de mortalidade. Essa combinação da variação entre esses índices demográficos foi responsável pelo súbito aumento da população em um curto período de tempo
Devido às variações entre as taxas de natalidade e mortalidade, considera-se que a Transição Demográfica possui quatro fases, considerando o desenvolvimento em que as sociedades se encontram:
1ª FASE 

No primeiro estágio, observa-se a característica de crescimento das sociedades tradicionais, em que a natalidade e a mortalidade são elevadas, o que contribui para um tímido, quase nulo, crescimento demográfico. Essa característica é predominante em países essencialmente rurais, existindo atualmente apenas em algumas nações subdesenvolvidas.
Também conhecida como Pré-Transição, a primeira fase da Transição Demográfica é marcada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade, o que culminou em um pequeno crescimento populacional. Essa fase caracteriza populações que se concentram no meio rural, onde não há as facilidades da vida urbana.
taxa de natalidade se apresenta elevada nessa porque o planejamento familiar é praticamente nulo. Além disso, pelo fato da maioria das sociedades serem rurais nesse período de Pré-Transição, o grande número de filhos representava grande quantidade de mão-de-obra disponível para os trabalhos familiares.
A alta taxa de mortalidade dessa fase deve-se ao baixo desenvolvimento da medicina, às péssimas condições sanitárias e às constantes guerras e epidemias ocorridas durante esse período.
A primeira fase da Transição Demográfica ocorreu na Europa desde o surgimento das primeiras civilizações até o meio do século XVIII. No Brasil, o período Pré-Transição perdurou até a década de 1940. Atualmente, não há países no mundo que encontram-se nessa fase.
2ª FASE

segundo estágio assinala o desenvolvimento industrial, econômico e social das populações. É o estágio característico da modernidade, quando há o rápido decrescimento das taxas de mortalidade, enquanto as taxas de natalidade demoram a cair. Graças a isso, nesse período, o crescimento populacional é acelerado. Esse segundo estágio corresponde à primeira fase da transição demográfica destacada no gráfico acima.
Na segunda fase da Transição Demográfica, a taxa de natalidade se manteve elevada enquanto a taxa de mortalidade apresenta uma queda. A combinação desses fatores levou à um grande crescimento populacional, que ficou conhecido como explosão demográfica.
Nos países europeus, essa fase está estritamente relacionada com a Revolução Industrial, período no qual surgiram tratamentos para doenças, as condições sanitárias e médico-hospitalares melhoraram e se produzia alimentos em larga escala. A segunda fase da Transição Demográfica também marca o início da urbanização e da superação da condição rural. 
Atualmente, o Haiti e alguns países africanos são exemplos de nações que se encontram nessa fase.
3ª FASE

Já o terceiro estágio demarca o desenvolvimento urbano, a difusão de métodos contraceptivos e a queda das taxas de natalidade, que se relacionam, sobretudo, à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Com isso, a fecundidade diminui e o crescimento demográfico mantém-se em um nível moderado. Podemos dizer que o Brasil se encontra nesse período de sua evolução populacional, assinalada pela segunda fase da transição demográfica do gráfico.
Na terceira fase da Transição Demográfica, a taxa de mortalidade se manteve baixa e a taxa de natalidade passa a ser menor também. O crescimento vegetativo ocorre, mas é em menor velocidade do que na segunda fase.
consolidação da vida na cidade em detrimento à vida rural é uma característica marcante dessa fase. A queda na taxa de natalidade pode ser explicada pelo fato de que anteriormente, os filhos - que serviam como mão-de-obra nos trabalhos familiares -, passam a representar altos gastos.
Além disso, com o crescente ingresso da mulher no mercado de trabalho, não só tornou mais difícil para ela ter muitos filhos, como também menos desejável, uma vez que outros objetivos passaram a fazer parte de suas preocupações diárias. Neste período surgem também a maioria dos métodos contraceptivos, que auxiliarão em um planejamento familiar melhor.
Neste período encontram-se a maior parte dos países subdesenvolvidos industrializados, como o Brasil, Índia e México.
4ª FASE

Por fim, no quarto estágio, observa-se um regime demográfico considerado moderno, com baixas taxas de natalidade e mortalidade, com um crescimento demográfico próximo a zero. É o atual período da maioria dos países desenvolvidos da atualidade.
A quarta fase da Transição Demográfica é resultado da continuação das tendências da fase anterior, ou seja, a taxa de natalidade que apresentava quedas se estabiliza em valores baixos e a taxa de mortalidade (que apresenta quedas desde a segunda fase) continua baixa também. Com isso, o crescimento vegetativo da população também é baixo.
Essa fase é marcada pelo envelhecimento da população, pelo fato da idade média nos países que passam por esse período ser relativamente alta. Esse envelhecimento se deve à elevada expectativa de vida (que é estritamente relacionada com a baixa mortalidade), associada com o pequeno número de filhos por casal.
Quando um país se encontra nessa fase, considera-se que sua Transição Demográfica foi encerrada. O Japão, a Noruega e a Suécia são exemplos de nações de se encontram neste grupo.


FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E SUAS CARACTERÍSTICAS.
Apesar de o modelo de Transição Demográfica apresentada por Thompson descrever apenas quatro fases, atualmente estuda-se a possibilidade de uma quinta fase, onde há uma diminuição na população absoluta. Essa diminuição se deve a uma queda ainda maior na taxa de natalidadeque chega a ficar menor que a taxa de mortalidade, o que gera um crescimento vegetativo negativo. Este fenômeno pode ser prejudicial aos países e já pode ser observado na Alemanha, na Itália e na Lituânia.

VÍDEO AULA: CRESCIMENTO E TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

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