SOCIALISMO
Socialismo é uma doutrina
política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza
pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição das
riquezas e propriedades, numa tentativa de diminuir a distância entre ricos e
pobres.
Noël Babeuf foi o primeiro pensador que
apresentou propostas socialistas sem fundamentação teológica e utópica como
alternativa política.
A origem do socialismo tem raízes
intelectuais e surgiu como resposta aos movimentos políticos da classe trabalhadora
e às críticas aos efeitos da Revolução Industrial (Fase do Capitalismo
Industrial). Na teoria o socialismo representava a fase intermediária entre o
fim do capitalismo e a implantação do comunismo.
O socialismo sugeria uma reforma
gradual da sociedade capitalista, demarcando-se do comunismo, que era mais
radical e defendia o fim do sistema capitalista e queda da burguesia através de
uma revolução armada.
Um novo regime político-econômico, no
qual os homens repartissem os mesmos interesses e recebessem adequadamente pelo
seu trabalho. Tudo isso, pautado no progresso industrial e científico.
SOCIALISMO UTÓPICO
O socialismo utópico é uma corrente de
pensamento que esteve baseada num modelo idealizador, “utópico”, os pensadores
desse modelo estiveram apoiados nos ideais iluministas, cujo progresso seria
alcançado pela razão e pelos interesses em comum. Os principais socialistas
utópicos foram:
Robert Owen (1771-1858):
reformista social galês.
Saint-Simon (1760-1825): filósofo
e economista francês.
Charles Fourier (1772-1837):
socialista francês.
Pierre Leroux (1798-1871):
filósofo e político francês.
Louis Blanc (1811-1882):
socialista francês.
De acordo com os socialistas utópicos,
o sistema socialista se instalaria de forma branda e gradativa. O maior
objetivo do socialismo utópico era a criação de uma sociedade ideal, mais justa
e igualitária, vale notar que esse modelo esteve fundamentado na mudança de
consciência dos homens.
O nome socialismo utópico surgiu graças
à obra "Utopia" de Thomas More, (1478-1535), publicada em
1516. Sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser
alcançado. Os primeiros socialistas, que foram os utópicos, tinham em mente a
construção de uma sociedade ideal, através de meios pacíficos e da boa vontade
da burguesia.
O exemplo disso e a partir dessa
filiação teórica iluminista, os socialistas utópicos produziram suas análises e
reflexões sobre a sociedade capitalista contemporânea às suas vivências.
Um dos grandes pensadores do socialismo
utópico que se destacou foi Robert Owen (1771-1858). Nascido na Inglaterra, foi
proprietário de uma grande indústria têxtil na cidade de New Lanark. Apesar de
ser um “burguês”, Owen propiciou algumas mudanças na situação de trabalho dos
operários em sua fábrica: reduziu a jornada de trabalho do operariado,
implantou escolas para os filhos dos trabalhadores (contribuindo para a
educação das crianças), construiu casas para os operários (ofereceu melhores
condições de moradia e saúde) e aumentou os salários do proletariado.
Principais Características:
- Busca da sociedade ideal
- Cooperativismo (produção partilhada por todos).
- Trabalho coletivo
- Igualdade social
- Livre empresa (articuladores de responsabilidades sociais)
OBSERVAÇÃO:
Ideias iluministas articularam para
chamada Revolução Francesa – Révolution française 1789 à 1799,
derrubada da Monarquia-absolutista na figura do rei Luiz XVI. (Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade,
igualdade, fraternidade, em português do francês)
Nesse contexto podemos destacar o processo
de Independência dos Estados Unidos anos antes em 1776. Em 1789 assumia o
primeiro presidente americano George Washington.
A Primeira Revolução
Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII e durou de 1750 a
1850. Essa fase foi caracterizada por diversas descobertas as quais favoreceram
a expansão das indústrias, o progresso técnico e científico e a introdução das
máquinas.
No Brasil em 1789, o vice-rei do Brasil
José Luís de Castro, disparou uma série de prisões entre o Rio de Janeiro e Minas
Gerais. O primeiro homem a cair foi um oficial militar, o alferes Joaquim José
da Silva Xavier conhecido como Tiradentes. À Inconfidência Mineira pretendia
estabelecer um governo republicano independente de Portugal, principalmente
sobre altos impostos cobrados na época.
SOCIALISMO CIENTÍFICO
O socialismo científico, criado por
Karl Heinrich Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), era um
sistema ou teoria que tinha como base a análise crítica e científica ao
capitalismo.
O socialismo científico, também
conhecido como marxismo, não se preocuparam em pensar como seria
uma sociedade ideal. Preocuparam-se, em primeiro lugar, em
compreender a dinâmica do capitalismo e para tal estudaram a fundo suas
origens, a acumulação prévia de capital, a consolidação
da produção capitalista e, mais importante, suas contradições. Tinha
sim o propósito de entender o capitalismo e suas origens, o acumular prévio de
capital, a consolidação da produção capitalista e as contradições existentes no
capitalismo. Eles acreditavam que o capitalismo seria, inevitavelmente,
superado e destruído.
Entenderam, que a classe
trabalhadora agora completamente expropriada dos meios de subsistência, ao
desenvolver sua consciência histórica e entender-se como uma classe
revolucionária, teria um papel decisivo na destruição da ordem capitalista e
burguesa. Apesar de ele defender a ciência, ele criticava
o cientificismo e alegava que método científico não era neutro nem
estava isento de dogmas.
Marx e Engels afirmaram, também, que
o socialismo seria apenas uma etapa intermediária, porém, necessária,
para se alcançar a sociedade comunista. Esta representaria o momento
máximo da evolução histórica do homem
A teoria marxista, expressa em
dezenas de obras, foi claramente apresentada no pequeno livro publicado em
1848, O Manifesto Comunista. Posteriormente, a partir de 1867, foi
publicada a obra básica para o entendimento do pensamento marxista: O
Capital, de autoria de Marx. Os demais volumes, graças ao esforço de Engels, foram
publicados após a morte de Marx.
O socialismo marxista tinha como
fundamento teórico:
NA LUTA DE CLASSES:
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Onde se afirma que a história da
sociedade humana é a história da luta de classes, ou do conflito permanente
entre exploradores e explorados.
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NA REVOLUÇÃO PROLETÁRIA:
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Acontecimento suscetível à dominação
de uma sociedade.
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O MATERIALISMO DIALÉTICO:
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Onde Marx e Engels tentam compreender
a dinâmica das transformações históricas. Assim como, por exemplo, a morte é
a negação da vida e está contida na própria vida, toda formação social
(escravatura, feudalismo, capitalismo) encerra em si os germes de sua própria
destruição.
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O MATERIALISMO HISTÓRICO:
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Onde se supõe que os acontecimentos
históricos são determinados pelas condições materiais (econômicas) da
sociedade.
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A DOUTRINA DA MAIS-VALIA:
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Na qual o trabalhador seria explorado
na produção capitalista e não receberia o capital pelo trabalho;
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LUTA ARMADA:
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Apoio nos conflitos, nas revoluções.
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Ao contrário do socialismo utópico e
sua pacificidade, o socialismo científico previa melhores condições de trabalho
e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta
armada.
O socialismo marxista tinha como
fundamento a abolição:
da propriedade privada - O manifesto
de Marx tornou-se famoso por resumir toda a teoria do comunismo em uma única
frase: "Abolição da propriedade privada". Ao final do segundo
capítulo, ele inclusive fornece as 10 medidas necessárias para tornar um país
comunista. Diz ele:
“O proletariado usará sua supremacia
política para expropriar, de maneira gradual, todo o capital da burguesia, para
centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado — isto é, do
proletariado organizado como classe dominante. [...]”
da Família - No segundo
capítulo, Marx admite que a abolição da família — uma instituição burguesa — é
um tópico espinhoso, mesmo para os revolucionários. "Abolição da família!
Até os mais radicais se assustam com este propósito infame dos
comunistas", escreve ele.
da Individualidade - Marx acreditava, corretamente,
que o indivíduo e a individualidade eram uma força de resistência ao
igualitarismo que ele queria impor. Consequentemente, também no segundo
capítulo, Marx afirma que o "indivíduo" — que para ela era
"o burguês, o cidadão de classe média detentor de propriedades" —
terá de ser "retirado do caminho, suprimido, e ter sua existência
impossibilitada".
Segundo Marx, a individualidade é uma
construção social da sociedade capitalista e está profundamente arraigada na
própria noção de capital.
das verdades eternas - Marx aparentava não
acreditar que existisse qualquer outra verdade além da luta de classes. Tudo
aquilo que as pessoas comuns consideravam ser verdades era, segundo Marx,
apenas imposições da burguesia.
Para Marx, a luta de classes era a
única verdade inquestionável. E era ela o que determinava todas as outras
"verdades".
das nações - "Os
comunistas", disse Marx, "são repreendidos por seu desejo de
abolir países e nacionalidades". Mas esses críticos são incapazes de
entender a natureza do proletariado, disse ele.
“Os operários não têm pátria. Logo, não
é possível tirar deles aquilo que eles não têm. Ademais, dado que o
proletariado tem primeiro de conquistar a dominação política, de ascender à
classe dominante da nação, e finalmente se tornar ele próprio a representação
da nação, então podemos dizer que, até o momento, ele ainda é nacional, mas não
no sentido burguês da palavra..."
do passado - Marx via a
tradição e os costumes como uma ferramenta de dominação da burguesia. Aderência
aos costumes e respeito ao passado serviam meramente para distrair o
proletariado, atrasando sua busca por emancipação e supremacia. Os
tradicionalistas — "reacionários" — apegados ao passado e aos
costumes agiam assim unicamente para manter os instintos revolucionários do
proletariado sob controle.
"Na sociedade
burguesa", escreveu Marx, "o passado domina o presente; na
sociedade comunista, o presente domina o passado".
Principais Características:
- Luta armada
- Criação de sindicatos
- Luta de classes
- Revolução do proletariado
- Mais-Valia
- Imposto fortemente progressivo
- Materialismo dialético e histórico
- Critica ao capitalismo
- Divisão coletiva dos meios de produção
- Abolição da Família
- Eliminação da propriedade privada
- Extinção das tradições passadas
OBSERVAÇÃO:
Em 1848 é lançado o livro Manifesto
comunista de Marx e Engels. EM 1867 é lançado o primeiro volume do livro o
Capital de Marx.
A Segunda Revolução
Industrial começa 1850 até 1950. Esse período foi marcado pela
consolidação do progresso científico e tecnológico, se espalhando por outros
países da Europa, como França e também na Alemanha.
Nos EUA 1865 a 1918 o crescimento
industrial, renderam-lhes grandes efeitos. Cidades tornaram-se os
principais centros econômicos do país, e a indústria de manufaturarão e
finanças superaram a agricultura e a pecuária como as principais fontes de
renda. Destaque para os presidentes: James K. Polk, no crescimento industrial
(1845-1849) Abraham Lincoln, abolição da escravidão (1961 a 1965).
O Brasil vive o período imperial sendo
o 9º maior império da história, a única monarquia da América Latina, foi o
maior construtor de estradas de ferros do mundo e chegou a 4º melhor economia
do mundo em 1880, período em que também aboliu a escravidão.
SOCIALISMO REAL
Esse socialismo é também conhecido como
socialismo real - um socialismo colocado em prática, que causou uma deturpação
semântica do "socialismo", levando assim a esses regimes que
demonstraram desrespeito pela vida humana.
Socialismo real é uma expressão que
designa os países socialistas que preconizam a titularidade pública dos meios
de produção.
No século XX, as ideias socialistas
marxista foram adotadas por alguns países, fundamentalmente para o escopo
comunista como:
União Soviética (atual Rússia),
por Vladimir Ilyitch Ulianov (Lenin) em 1917. Sucedido por Josef
Vissariónovitch Stalin em 1922.
Países do leste europeu aliados à União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas:(Ucrânia, Bielo-Rússia, Uzbequistão,
Cazaquistão, Geórgia, Azerbaijão, Lituânia, Moldávia, Letônia, Quirguistão,
Tajiquistão, Armênia, Turcomenistão, Estônia e Alemanha Oriental).
Países mais conhecidos:
China: por Mao
Tsé-Tung em 1949
Cuba: por Fidel Castro em
1959
Coreia do Norte: por Kim Il-sung em
1948
Outros países que tiveram a revolução:
Afeganistão (27 de abril de 1978 - 28 de
abril de 1992)
Albânia (1 de janeiro de 1946 - 22
de março de 1992)
Angola (11 de
novembro de 1975 - 27 de agosto de 1992)
Benim (30 de novembro de 1975
- 1 de março de 1990)
Bulgária (15 de setembro de 1946 - 7
de dezembro de 1990)
Checoslováquia (11
de julho de 1960 - 29 de março de 1990)
Congo (3 de janeiro de 1970 - 15
de março de 1992)
Derg (12 de setembro de 1974 - 10
de setembro de 1987)
Etiópia (10 de
setembro de 1987 - 27 de maio de 1991)
Finlândia (1 de dezembro de 1939 - 12
de março de 1940)
Granada (13 de março de 1979 – 25
de outubro de 1983)
Grécia (24 de dezembro de 1947 – 28 de
agosto de 1949)
Hungria (20 de agosto de 1949
– 23 de outubro de 1989)
Iêmen (30 de novembro de 1967 – 22
de maio de 1990)
Iugoslávia (29 de
novembro de 1943 – 8
de outubro de 1991)
Kampuchea (4 de abril de 1976 – 23 de
outubro de 1991)
Moçambique (25 de junho de 1975 – 1 de dezembro
de 1990)
Mongólia (24 de novembro de 1924 – 12
de fevereiro de 1992)
Nicarágua, de 1979 a 1984. Nas eleições de 1984
Polônia (28 de junho de 1945 – 19
de julho de 1989)
Romênia (30 de dezembro de 1947 – 21 de dezembro de
1989)
Somália (1 de julho de 1976
– 26 de janeiro de 1991)
Tuva (14 de agosto de 1921 – 11
de outubro de 1944)
Vietnã (2 de setembro de 1945
– 2 de julho de 1976)
O socialismo real vigorou na maioria
destes países até o final da década de 1980 e início da década de 1990, quando
ocorreram as revoluções no leste europeu, o fim da União Soviética e a Queda do
Muro de Berlim.
Este sistema visava acabar com os
desequilíbrios econômicos e desigualdades sociais característicos do sistema
capitalista. Porém, em alguns casos, revelou-se um sistema comunista
constituído por regimes autoritários e extremamente violentos.
O socialismo, em sua essência,
apresentava-se como algo favorável à classe dos trabalhadores, na prática o
regime não obteve êxito, os países que aderiram a tal regime político não se
estabeleceram no cenário mundial e, além disso, enfrentaram diversos problemas
econômicos e sociais por conta do sistema.
Outros sistemas análogos aos de
controle estatal (governo), também surgiram no século XX, levando a regimes
autoritários e autócratas, culminando com milhões de mortes principalmente na
Europa e Ásia: Fascismo e Nazismo são exemplos.
Atualmente, os países socialistas são: Cuba,
China, Coreia do Norte, Laos e Vietnã.
Principais Características:
- Estatização dos meios de produção (fábricas, unidades de produção agrícola e bancos);
- Centralização do poder nas mãos de um único partido de orientação socialista;
- Implantação de um sistema de redistribuição de renda.
- Intervenção do Estado
- Controle Social
- Imposto fortemente progressivo
- Controle Econômico
- Distribuição equilibrada de riqueza
- Socialização dos meios de produção
- Inexistência de sistema de classes
- Economia planificada, controladas pelo Estado (governo)
- Oposição ao capitalismo
- Subordinação do interesse individual ao interesse geral.
OBSERVAÇÃO:
Guerras Mundiais: 1ª e 2ª, Guerra Fria.
A Terceira Revolução Industrial começa
1950 até os dias atuais, que permitiu o desenvolvimento de atividades na
indústria que aplicam tecnologias de ponta em todas as etapas produtivas. A produção
de tecnologias é um ramo que apresenta como um dos mais promissores no âmbito
global.
Em 1917 acontece a Revolução na
(Rússia) URSS tornaram-se um Estado socialista unipartidário governado pelo
Partido Comunista. Ideologicamente marxistas, suas teorias políticas são
conhecidas como Leninismo. E houve varias tentativas de revolução em todo
o mundo.
Grandes avanços tecnológicos, chegada
do homem a lua, internet.
Fim da URSS final da década de 80.
LIVROS SOBRE O TEMA:
O Capital Vol I, II, III, IV - Karl
Marx (1867 - 1905)
O eixo da civilização - Margaret Sanger
(1922)
Os Cadernos do Cárcere - Antonio
Gramsci (1926 a 1937), conjunto de 33 cadernos.