CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E EVOLUÇÃO POPULACIONAL
O
estudo da dinâmica das populações naturais é importante para compreender o que
ocorre nos ecossistemas em equilíbrio. Para avaliar o desenvolvimento de
uma população, é preciso conhecer certos atributos que lhe são
característicos:
Taxa
de natalidade (N) Número de indivíduos que nascem em um determinado intervalo
de tempo.
Taxa
de mortalidade (M) Número de indivíduos que morrem em um determinado
período de tempo.
Taxa
de imigração (Im) Número de indivíduos que chegam a uma população.
Taxa
de emigração (Em) Número de indivíduos que saem de uma população.
Densidade
populacional é a relação entre o número de indivíduos que compõem
determinada população e o espaço ocupado por eles:
POPULAÇÃO ABSOLUTA ÷ ÁREA = DENSIDADE DEMOGRÁFICA (hab/km²)
Como exemplo, vamos calcular a densidade populacional do Japão. O país possui uma área de 377.801 km² e uma população, em 2010, de 127.156.225 habitantes.
Logo:
D = habitantes
área
área
D = 127.156.225 habitantes
377.801 km²
377.801 km²
D = 336,5393
D ~ 336,5 hab/km²
Para
uma população em equilíbrio, temos:
Densidade demográfica: é um conceito populacional referente à
média do número de pessoas residentes por unidade de área em uma dada
localidade e é geralmente medida na relação habitante por quilômetro quadrado.
Populoso: refere-se à população absoluta (quantidade de habitantes) de um
dado país ou região. Dos países da tabela, a China é o mais populoso.
Povoado: refere-se à população relativa ou densidade demográfica, que
é calculada por meio da divisão da população absoluta pela área ocupada. A
Índia, na tabela, é o país mais povoado (ou com maior densidade demográfica/população
relativa.
Durante a história da
ciência, muito esforço foi colocado em busca da identificação de leis gerais
que regiriam a ordem dos fenômenos do mundo natural e do mundo humano. Dentro
da demografia, não foi diferente.
No final da
década de 1920, o demógrafo americano Warren Thompson criou o chamado demografic
transition model, ou, em português, modelo de transição
demográfica. Este modelo, criado a partir da observação da realidade
europeia, nada mais é que uma ferramenta teórica para a leitura, compreensão, interpretação
e planejamento acerca da dinâmica do crescimento populacional global. Thompson
defendia que as sociedades passariam por um longo período de transição, onde se
deixaria um rarefeito e/ou nulo crescimento populacional, provocado por
elevados índices de natalidade e de mortalidade, para um ainda rarefeito e/ou
nulo crescimento populacional, mas, desta vez, provocado por baixos índices de
natalidade e de mortalidade.
Neste processo
de transição, as taxas de mortalidade cairiam antes que as taxas de natalidade,
causando, por consequência, neste período, um rápido crescimento populacional,
referenciado por alguns estudiosos como um período de explosão
demográfica. Observe o que foi descrito no gráfico genético abaixo.
Estes períodos
de oscilação histórica nas taxas de crescimento populacional foram categorizados
em fases, cada uma com um conjunto de características específicas que
explicaria a relação taxa de natalidade/taxa de mortalidade no período
analisado. Dependendo da abordagem, podemos falar em três, quatro ou até cinco
fases. Aqui, trabalharemos com quatro fases e discorreremos um pouco sobre a
quinta.
FASES DA EVOLUÇÃO POPULAÇÃO
PRIMEIRA FASE – Fase do equilíbrio primitivo (início da
humanidade – século XVIII)
Esta fase
ocorreu na Europa desde a formação das primeiras civilizações até meados do
século XVIII. No Brasil, se estendeu até a década de 1940.
É uma fase
marcada por altas taxas de natalidade e altas taxas de mortalidade, causando um
crescimento vegetativo bastante retraído. Dentre os motivos para estes índices,
podemos citar o pouco desenvolvimento da medicina no período, as péssimas
condições sanitárias, as constantes guerras e epidemias, entre outros. O
planejamento familiar era quase nulo, sendo comum casais terem muitos filhos.
Isto relaciona-se também ao fato cultural dos filhos, neste período, significarem
mão-de-obra para os trabalhos familiares.
É uma fase
onde tipicamente as populações concentram-se no meio rural, sem as facilidades
da vida urbana.
Atualmente,
nenhum país no mundo encontra-se nesta fase.
Taxa de
natalidade: muito alta;
Taxa de mortalidade: muito alta;
Crescimento
vegetativo: baixo.
SEGUNDA FASE – Fase do crescimento acelerado (século XVIII
até final do século XIX)
Nesta fase, a
taxa de mortalidade começa a cair, enquanto que a taxa de natalidade continua
elevada, provocando um crescimento acelerado da população. Ocorreu do século
XVIII ao final do século XIX nos chamados países “industrializados velhos”
(Reino Unido e França) e do século XVIII ao século início do século XX nos
“industrializados novos” (Estados Unidos, Alemanha, Japão). No Brasil, ocorreu
entre 1940 e 1970.
Nos países do
centro do sistema capitalista, esta fase está muito relacionada com a Revolução
Industrial, que trouxe novas condições de vida para o mundo moderno. Surgiam
tratamentos para doenças, se produzia alimentos em larga escala e se melhoravam
as condições sanitárias e médico-hospitalares. Todos estes fatores cooperaram
para a diminuição da taxa de mortalidade da população. Também é o período
marcado pelo início da urbanização e da superação da condição rural.
No Brasil,
relaciona-se também com a introdução do combate à doenças como a cólera e a
malária.
Atualmente,
alguns países africanos encontram-se nesta fase, como Níger, Somália, Uganda,
além do centro-americano Haiti.
Taxa de
natalidade: muito alta;
Taxa de
mortalidade: baixa;
Crescimento
vegetativo: muito alto.
TERCEIRA FASE – Fase do crescimento moderado (final do século
XIX até meados dos anos 1940)
Neste período,
ocorre a diminuição da taxa de natalidade, enquanto que a taxa de mortalidade permanece
baixa. O crescimento vegetativo, portanto, ainda ocorre, mas é em menor
velocidade que na fase anterior. Na Europa, ocorre do final do século XIX (ou
início do século XX) até meados da década de 1940. O Brasil situa-se ainda
nesta fase, mais precisamente no final dela.
Este período é
marcado pela consolidação do modo de vida urbano, em detrimento do modo de vida
rural. Os filhos, que antes significavam um engrossamento da mão-de-obra nos
trabalhos familiares, passam a ser motivos para gastos. A mulher insere-se no
mercado de trabalho, se tornando mãe cada vez mais tarde. Surgem também a
maioria dos métodos contraceptivos, que permitirão um melhor planejamento
familiar.
É o estágio
onde encontram-se a maior parte dos países subdesenvolvidos industrializados,
como Brasil, México e Índia.
Taxa de
natalidade: alta, porém decrescendo;
Taxa de
mortalidade: baixa;
Crescimento
vegetativo: alto.
QUARTA FASE – Fase do envelhecimento (meados dos anos 1940
até os dias atuais)
A quarta fase
é resultado de um prolongamento dos processos da fase anterior. A taxa de
natalidade, que vinha caindo, se estabiliza em valores baixos. A taxa de
mortalidade, como vinha acontecendo desde a segunda fase, continua baixa. Com
isso, o crescimento vegetativo também é baixo.
Também é
conhecida como fase do envelhecimento pelo fato da idade média
da população nestes países ser relativamente alta. Isto ocorre por conta da
elevada expectativa de vida (relacionada com a baixa mortalidade), associada
com o pequeno número de filhos por casal. A população infantil, assim,
descresse em relação à população idosa.
Quando um país
chega nesta fase, pode-se dizer que a transição demográfica foi concluída. É o
caso da maioria dos países desenvolvidos, como Japão, Noruega e Suécia.
Taxa de natalidade: baixa;
Taxa de
mortalidade: baixa;
Crescimento
vegetativo: baixo.
UMA QUINTA FASE?
Um fenômeno
que vem sendo observado em algumas nações do mundo, especialmente na Europa, é
um encolhimento da população absoluta. Isto é resultado de uma diminuição ainda
maior da taxa de natalidade, chegando esta a ficar menor que a taxa de
mortalidade, criando um crescimento vegetativo negativo.
A Rússia,
por exemplo, em 1992, atingiu uma população de 148,7 milhões de habitantes. Em
2009, esta população caiu para 141,9 milhões. Em 2013, este número voltou a
aumentar, subindo para 143,5 milhões. A Alemanha tinha 82,53 milhões
de habitantes em 2003. Em 2013, este número chegou a 80,62 milhões.
Na Lituânia, este fenômeno pode ser claramente observado: a população do
país chegou a 3,7 milhões de habitantes em 1992. Em 2013, caiu para 2,95
milhões.
Taxa de
natalidade: muito baixa;
Taxa de
mortalidade: baixa;
Crescimento vegetativo: negativo.
Vídeo Aula - Crescimento Populacional
Vídeo Aula - População Absoluta e Relativa